Reminiscências

"[...] os resquícios, os vestígios da memória que fica a todo momento nos lembrando que algo precisa ser dito ainda. Que continua viva e que a história precisa ser ainda contada, ou seja, as coisas não terminaram ainda, essa história ainda precisa de um brilho, algo precisa ser dito ainda."

João Batista, em entrevista concedida a Dila Reis no dia 12 de novembro de 2019 em Canudos (BA).

Reminiscências, 2019

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

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Vestígios da memória, 2019

Música: Estrelas na Favela, Gereba

Montagem e imagens: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

[Sugestão: Dê o play no vídeo e navegue pelas imagens e relatos abaixo com a música de fundo]

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"Eu era criança, mas lembro como se fosse agora. Aquele tempo era que nem na igreja evangélica ainda hoje usa: todo mundo com lenço, né, montadinho aqui, por exemplo, nós ia nós 3 aqui né, se nós ia desamparada daquele lenço, as famílias que tava na frente ajoelhada com aquele lenço, a gente chegava se ajoelhava, podia ser adulto, podia ser criança, aquela pontinha daquele lenço tinha que passar pra todo mundo. A gente ficava amparada com aquele lenço, com aquele véuzinho bem branquinho, todo fininho, parecendo mosquiteiro, né, todo branquinho. Aí todo mundo era ali, ajoelhado, o padre fazendo pergunta, o padre orando por nós ali, pelas famílias e por todos. Chegava aquele momento, ele falava: “agora vou fazer a confissão dos noivos". Aí eram chamados o noivo e a noiva."

Dona L., em entrevista concedida a Dila Reis no dia 18 de novembro de 2019 em Canudos (BA).

Vestígios, 2019

Raso da Catarina-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

Lavatório, 2018

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

Lembranças nas paredes, 2019

Raso da Catarina-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

"A avó dela era muito católica e rezava querendo o final dessa guerra. E aí, minha filha, era muito amiga de Antônio Conselheiro. Aí, por sinal, ela casou no arraial de Antônio Conselheiro, meu avô foi pra lá e meu avô era carpinteiro, o pai do meu pai. Ajudava a fazer aquelas casinhas e era... ajudava. Que esse pessoal lá cada qual tinha a sua tarefa, tinha a obrigação de fazer, nera? Uns plantava, outros colhia, outros fazia artesanato de fazer panela, fazer pote, naquela época... Era como se viravam, nera? Uns teciam redes, faziam aquelas redes crauá, outras de fio... Menina, todo mundo trabalhava."

Dona Duru, em entrevista concedida a Dila Reis no dia 19 de novembro de 2019 em Canudos (BA).

Pilão, 2019

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

Três tentos, três trancos, 2019

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

Varal Um, 2019

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

Varal Dois, 2018

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

Varal Três, 2019

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

"Sabe os amigos que a gente perdeu, os soldados que morreram, por exemplo, família minha, família de seu pai se acabou-se tudo aí nesse meio de guerra aí, se acabou muita gente. Eu disse "meu deus, vô". Ele disse: 'até, minha fia, que era tão bom Canudos, que o pessoal dizia assim, que tinha um rio de leite ribanceira de cuscuz'."

Dona L., em entrevista concedida a Dila Reis no dia 18 de novembro de 2019 em Canudos (BA).

Guerra, 2018

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

Vida, 2019

Canudos-BA

Foto: Dila Reis

Da coleção de: Dila Reis

"[...] e eu digo porque minha família ainda mora lá, meus pais ficam teimando em ficar ali, que a gente de idade gosta de sua terra natal e defende até morrer, se vier pra rua faz adoecer..."

João Ferreira, em entrevista concedida a Dila Reis no dia 26 de novembro de 2019 em Canudos (BA).