Ser-tão


"Não, eu não sou euclidense, eu não me considero euclidense. Eu me considero sabe o que? Catingueiro. Eu sou catingueiro. A minha pátria é o sertão! O sertão, pra mim, não é um lugar, assim, uma localidade ou outra ali com nomes. É o conjunto. Então, pra mim, quem nasceu ali naquela região é sertanejo, é catingueiro. Então somos catingueiros. Eu sou bicho bruto! Sou ignorante! Sabe por que eu sou ignorante? Porque eu sou verdadeiro."

José Américo Amorim, em palestra proferida no dia 13 de março de 2020, no Seminário Antônio Conselheiro: 190 anos de memória, realizado em Salvador – BA.


Ser-tão, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis

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A Tarde, 2019
Música: A Tarde (Henrique Cartaxo)
Montagem e imagens: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis

[Sugestão: Dê o play no vídeo e navegue pelas imagens e relatos abaixo com a música de fundo]
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Faveleira, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


No meio do caminho tinha uma vida, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Espelho d'água, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Bruta flor do querer, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


"Compus essa música num momento de reflexão sobre a hipótese de um dia eu ter que sair de Canudos. Imaginar essa ida me trouxe uma falta enorme. E na canção, eu quis expor o motivo dela. Na letra falei de de Santo Antônio, Alvorada, manuê, Lundum... um pouco de nossas riquezas culturais. Falei também do pôr do sol, que tem um valor imenso para mim. Pois observar aquela cores, a imensidão, e sentir aquela luz, assim como na letra, de fato me revigoram e trazem paz em momentos difíceis. Enxergo isso um dos significados da frase de Euclides da Cunha, quando ele diz que "O sertanejo é antes de tudo um forte", uma vez que a força do sertanejo pode resultar da obtenção de motivação, fé e persistência das coisas mais improváveis e diversas, mas que para ele sejam valiosas, como, no meu caso, o pôr do sol. Por fim, peço ajuda divina para fazer jus ao meu sangue canudense de um povo que não temeu a morte. E é a parte que mais me toca, pois em resposta à indagação que me fez criar a música, me faz perceber que onde quer que eu vá, carregarei Canudos comigo. Seja por memória à minhas vivências, seja pela inspiração que carrego na sua história de luta e resistência para viver."

Kaila Marcelle da Silva, em entrevista concedida a Dila Reis no dia 19 de novembro de 2019 em Canudos (BA).


"O senhor tolere, isto é o sertão" (G. Rosa), 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Topografia, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Pertinho do céu, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


No meio do céu, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Pelas molduras dos cactos, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Caminho de chuva, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Caminho de sol, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Caminho de fé, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


É, então, é porque essa coisa de você viver as pessoas, viver o meu povo, né, o nosso povo, né, eu vivo todo dia, toda hora, eu penso neles o tempo todo, eu olho pras coisas eu vejo... Sou feliz demais, sabe? Quando eu lembro do meu povo, eu tenho muito orgulho do meu povo. Tenho muito orgulho. [...] Eu costumo dizer que eu não quero que Canudos cresça muito não, senão vai ficar ruim... Eu quero Canudos bem gostosinha de viver. Limpinha, com tudo bonitinho, pra gente receber o povo... Não precisa ‘buuuum’, não, eu não quero! Eu quero ela pequenininha, aconchegante! Ela gostosa. Que você possa caminhar na rua com tranquilidade, sem esgoto aí no chão, as pessoas tudo felizes, tudo bem de vida, ô que maravilha! Sorrindo todos os dias, porque felicidade é isso. Felicidade não é um dinheiro no banco, felicidade é um sorriso todo dia, você olhar pra pessoa e ela estar sorrindo. Então é legal, de bem com a vida. Porque a gente só vive um dia de cada vez. Eu vivo cada dia.

José Américo Amorim, em entrevista concedida a Dila Reis no dia 29 de novembro de 2019 em Canudos (BA).

Caminho cotidiano, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Encontros, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Morada, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Perspectiva, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Tiago Castro
Da coleção de: Dila Reis


"Só foi dizer assim: hoje nóis tiremo tudo que tinha dentro daquela casa pra levar... No outro dia amanheceu tudo coberto. Minha mãe ficou só chorando, olhando assim pro lugarzinho. Aí a gente levou assim um monte de coisa, um monte de bicho se deram no lugar, outros já não se deram. Aí meu pai foi desandando, desandando...Aí foi, e depois ele arrumou essa outra mulher, e cascou fora e deixou minha mãe na fazendinha que ele tinha."

Dona L., em entrevista concedida a Dila Reis no dia 18 de novembro de 2019 em Canudos (BA).


Composição, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Passeio, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Olhar, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Évem chuva!, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Baleia, 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


No alto da pedra, 2019
Raso da Catarina-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Gruta, 2019
Raso da Catarina-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Paleta de Cores, 2019
Raso da Catarina-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


Noites Brasileiras, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


"Porque Canudos se espalhou pelo país. Canudos hoje está nos movimentos dos Sem-Terra, Canudos está nos movimentos dos Sem-Teto, Canudos está nas periferias, quando se luta por justiça, por igualdade. As balas de fuzil ainda ardem hoje no descaso da pátria mãe gentil. Ainda somos fuzilados. Ainda somos fuzilados nas favelas. Ainda somos alvejados nas ruas e esquinas. Aquela mesma elite burra, atrasada, que continua no poder até os dias de hoje, e continua nos matando. Mas nós continuamos à luta. Porque Canudos não se rende. E Canudos é todo dia. Todo dia é dia de lutar."

José Américo Amorim, em entrevista concedida a Dila Reis no dia 29 de novembro de 2019 em Canudos (BA).

Cenário do filme 'Guerra de Canudos' - O arraial, 1996
Canudos-BA, Brasil
Foto: Ir. Cirila Zambom
Da coleção de: Instituto Popular Memorial de Canudos


Cenário do filme 'Guerra de Canudos' , 1996
Canudos-BA, Brasil
Foto: Ir. Cirila Zambom
Da coleção de: Instituto Popular Memorial de Canudos


Elemento água, 2019
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis

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Todo dia é dia de lutar, 2019
Fala de José Américo Amorim em Canudos-BA
Montagem e imagens: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis

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O sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão. 2018
Canudos-BA, Brasil
Foto: Dila Reis
Da coleção de: Dila Reis


"Em 1896 hade rebanhos mil correr da praia para o certão; 
então o certão virará praia e a praia virará certão."
Antônio Conselheiro

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